4 de fevereiro de 2010

Tipos



Em épocas de grande irmão viramos todos um tipo de psicólogo, psiquiatra e mesmo sociólogo. Pelos diversos modelos humanos que nos são apresentados ao alcance do controle remoto lançamos nossos olhares e nossas interpretações. Não é segredo que sou atraído por algumas coisas bastante popularescas, estão aí os desfiles das escolas de samba e o próprio BBB pra confirmar isso.
Gosto e muito de ver o programa, mas mais divertido que o programa em si é o que vem depois, seja na leitura de especialistas no assunto (adoraria ter essa profissão: especialista em BBB) ou nas conversas informais com amigos e colegas. Foi justamente nestas conversas que fui lançado a enxergar uma série de pessoas que estão ou estiveram ao meu redor e que de certa forma são representadas pelos tipos do programa.
A alma intelectual que cultivei durante alguns anos de minha juventude rejeita fortemente a doutora Elenita. Saber o que fui e principalmente aquilo que alguns que por mim passaram ainda são me mostra que o caminho escolhido por mim não foi tão equivocado assim. Contatos recentes também mostram que quando mergulhamos no profundo conhecimento, perdemos a força para a ação sobre o assunto.
Formando um contraponto que beira fofoca, também é possível reconhecer no casal do trintão submisso apaixonado pela menininha nova e aparentemente inofensiva várias situações que presenciei ao longo dos anos. Muito desse conhecimento é pelo fato de ser professor e ver por diversas vezes marmanjos perdendo a cabeça por, como se diz na suburbana e rica linguagem do funk: uma novinha. As lógicas destas relações eu até compreendo, mas não de uma maneira que possa ser pronunciada impunemente.
Consequência também da profissão é reconhecer no comportamento da dançarina (Lia) vários traços bem típicos da personalidade feminina. Uma mulher extremamente sensual, que provoca, mas se sente ofendida ao ser abordada de forma mais contundente. É como uma história que ouvi essa semana: de uma menina que conversa com um menino, trocam carinhos, ele a beija, mas ela rejeita por respeitar o namorado.
Os outros tipos aparecem aos montes pela rua: o fortão burro, a barraqueira, a bonitinha quase santa, a bunduda tarada, o brutamontes com coração, a bichinha saltitante (nova ou velha), a sapata feminina e séria (mas nem tanto) e o bronco em tentativa de regeneração. Lamento muito que em todas estas edições a globo não tenha conseguido acertar na escolha de negros que fizessem algum tipo de diferença no programa, situação muito diferente da que presenciamos em nossas vidas quase que diariamente.
Pra finalizar, se for seguida a linha dos últimos anos, nos quais sempre ganha a figura que eu mais detesto dentro do programa, devem disputar o título (na ordem da minha aversão): Eliéser, Serginho ou Alex.

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